terça-feira, 27 de março de 2012

Resenha Crítica do filme : "Sete Vidas" Seven Pounds



Ben (Will Smith) é um fiscal do imposto de renda que, após a morte de sua esposa em acidente de carro, elabora uma lista de nomes de desconhecidos que ele julga serem merecedores de um presente. Então, através dos arquivos da Receita Federal, ele entra em contato pessoalmente e realiza uma sondagem, mantendo um relacionamento amigável com as pessoas e analisando suas atitudes e caráter.
O filme aborda dois temas atuais: a doação de órgãos e imprudência no trânsito. Do diretor Gabriele Muccino, este filme segue uma cronologia irregular, possuindo um enredo emocionante, que prende atenção do telespectador. O filme começa com a frase: “Em sete dias Deus criou o mundo... e em sete segundos eu destruí o meu”. A doação de órgão é vista pelo personagem como um presente para o outro e um meio de perdoar-se.
 Com o hábito de falar ao telefone, Ben se distraiu e em conseqüência deste ato, envolveu-se em um acidente que acabou por levar a óbito sua esposa e outras pessoas. Ele recebe ajuda de um amigo, advogado que elaborou todos os documentos necessários para que ele doasse seus órgãos e sua riqueza. No transcorrer do filme, ele aluga um quarto de hotel onde passa a morar e compra uma água viva que futuramente serviria para a conclusão de seu plano inicial, o de morrer sem danificar seus órgãos através de eletro choques, para doá-los às pessoas escolhidas por ele.
 Em uma dessas visitas ele conhece Emily e apaixona-se por ela, mas infelizmente ela sofre de uma doença cardíaca degenerativa, mas isso não o impede de manter um romance com ela. Porém, quando ele está prestes a desistir do seu plano, Emily tem uma recaída em seu quadro clínico e que desperta nele o momento ideal para realizar seu projeto. Sua atitude radical fez com que as pessoas eleitas por ele quais recebessem seus órgãos como presentes.
O filme faz com que voltemos a refletir nossos atos cotidianos que podem trazer grandes conseqüências, como aconteceu com o personagem vivido por Will Smith. Além de abrir uma porta para a generosidade humana, quando realizamos uma doação reestruturamos vidas que aguardavam por mais uma oportunidade. A doação de órgãos, assim como a de sangue, ainda não é bem difundida no nosso país, devido à falta de informação, estrutura hospitalar aumentar a quantidade de doações necessárias.
Uma doação entre vivos é uma cirurgia simples que através de exames médicos irá indicar a intervenção mais adequada, já o transplante de mortos deve seguir o diagnóstico de morte encefálica, o que é regulamentado pelo Conselho Federal de Medicina. A morte encefálica será caracterizada através da realização de exames clínicos e complementares durante intervalos de tempo variáveis, próprios para determinadas faixas etárias. Os exames devem ser realizados por pelo menos dois médicos diferentes, que não poderão ser integrantes da equipe de remoção e transplante.
Segundo, ABTO (Agência Brasileira de Transplante de órgãos),” a carência de doadores de órgãos é ainda um grande obstáculo para a efetivação de transplantes no Brasil. Mesmo nos casos em que o órgão pode ser obtido de um doador vivo, a quantidade de transplantes é pequena diante da demanda de pacientes que esperam pela cirurgia. A falta de informação e o preconceito também acabam por imitar o número de doações obtidas de pacientes com morte cerebral. Com a conscientização efetiva da população, o número de doações pode aumentar de forma expressiva. Para muitos doentes, o transplante de órgãos é a única forma de salvar suas vidas”.
Outro ponto importante que pode ser percebido no filme é o uso indevido do aparelho celular enquanto se dirige. Sem sombra de dúvidas o telefone celular surgiu para facilitar a vidas, mas é preciso muita atenção quando se usa este aparelho, principalmente se o falante está dirigindo. Vale salientar que para provocar um acidente, basta um segundo de distração. A conversa ao telefone no trânsito pode ser fatal. Mesmo sabendo que se trata de uma infração, os condutores insistem praticar essa ação, por acreditar que isso não é nada de mais e vão desligar logo. Essa prática pode mudar quando as pessoas se conscientizam a vida dela e do outro é que está em jogo. Só a maior fiscalização pode transformar o mau hábito social, mas no âmbito individual, impõe-se uma mudança cultural, com programas educacionais desde a infância para construir um adulto critico responsável, um condutor conhecedor dos seus direitos e dos seus deveres. A tecnologia criada para facilitar o tempo, aproximou algumas pessoas distantes, mas por outro lado quando usada em descomedimento tem a força de afastar o outro. À medida que cada pessoa conecta com seu mundinho virtual torna a convivência humana mecanizada, o homem mais individualista, muita das vezes sem perceber a presença do seu semelhante.
Desta forma, devemos nos conscientizar da importância de salvar vidas, através da doação ou nos educando, com posições responsáveis e atitudes integras, pois, o gesto de generosidade de Ben por outras pessoas apesar de parecer uma atitude exagerada, mas para o contexto do filme, foi uma comovente atitude para alcançar o perdão presenteando o outro com seus órgãos e sua riqueza, bem verdade que o amor que ele sentiu por Emily poderia ter mudado todo seu plano de suicídio, toda via a recaída do quadro clínico de Emily fez com que ele demonstrasse o seu amor através de sua morte.
Texto resenhado por Miriam Lúcia Lima Vital Brito, discente da disciplina Português Instrumental, do Curso de Ciências Contábeis da Universidade Estadual da Bahia - UNEB, CAMPUS XIX.


REFERÊNCIAS:
Sete Vidas. (Seven Pounds). Direção:Gabrielle Muccino EUA.
2008. DVD ( 108 min), Columbia Pictures, color, dublado.
Disponível em: http://www.recantodasletras.com.br/resenhasdefilmes/ Acesso em: 26/03/2012
Disponível em: www.lendo.org/modelos-de-resenha-exemplos/Acesso em: 26/03/2012
Disponível em:http://www.abto.org.br/abtov02/portugues/populacao/home/home.aspx, acesso em: 26/03/2012

Resenha descritiva da obra: "O Aleph"

COELHO, Paulo. O ALEPH. Rio de Janeiro: Sextante 2010. 
Paulo Coelho é considerado um dos maiores escritores brasileiros Sua obra foi traduzida em 69 línguas e editada em mais de 150 países. Em 1986, fez a peregrinação pelo Caminho de Santiago de Compostela, na Espanha, e, a partir dessa experiência marcante, escreveu O Diário de um Mago – O Peregrino, em 1987. No ano seguinte, publicou O Alquimista, que se transformaria no livro brasileiro mais vendido em todos os tempos. Outros títulos se sucederam: Brida (1990), As Valkírias (1992), Na Margem do Rio Piedra Eu Sentei e Chorei (1994), Maktub (coletânea das melhores colunas publicadas na Folha de S. Paulo, 1994), uma compilação de textos seus em Frases (1995), O Monte Cinco (1996), O Manual do Guerreiro da Luz (1997), Veronika Decide Morrer (1998), e O Demônio e a Srta. Prym (2000), a coletânea de contos tradicionais em Histórias para Pais, Filhos e Netos (2001), Onze Minutos (2003), O Gênio e as Rosas – ilustrado por Mauricio de Souza (2004), O Zahir (2005), Ser como um rio que flui (2006), A Bruxa de Portobello (2007), O Vencedor está só (2008) e O Aleph (2010).  
Este é um conto que aborda um tema oculto da alma de todo ser humano a procura pelo eu. Saber quem somos é a pergunta que todo ser humano realiza durante sua existência, buscar realizações, felicidade, amor. Paulo Coelho vai buscar respostas para sua existência, mudanças na sua monótona rotina, através da sua carreira profissional, no encontro com pessoas desconhecidas em viagens realizadas pelo continente Europeu, africano e Asiático, aos poucos ele vai despindo do seu Ego e do seu orgulho, percebendo que seu passado é apenas o inicio para seu presente e seu futuro não vai depender somente da sua vontade, mas de tudo que ele modificar em seu presente.
Através de uma linguagem bastante acessível, o texto mistura momentos de narração na primeira pessoa, com seus pensamentos de seu mentor espiritual. É marcante a expectativa criada pelo autor em cada capitulo. A história começa com questionamentos feito pelo autor sobre a realidade, o cotidiano difícil pelas pessoas, passando por constatar acontecimentos grandiosos ocorrido no mundo, tal resposta faz com que aumente sua aflição com relação a sua existência, qual importância ele tem para o mundo, e porque sua vida confortável não o torna feliz. A história transcorre quando em uma conversa com seu mentor espiritual J. , ele revela sua falta de prazer na atual condição de sua vida, e logo a resposta que ele recebe é uma missão de transformar sua monótona rotina em novas experiências que ele realizar através de viagens.
O autor nas obras anteriores já possuía enfoque sobre a busca espiritual, como meio de transformação para sua vida hodierna.“ Nossa vida é uma constante viagem, do nascimento à morte. A paisagem muda, as pessoas mudam, as necessidades se transformam, mas o trem segue adiante. A vida é o trem, não a estação de trem”.( Coelho, 2010,pág. ) .A obra contribuirá para a discussão de alternativas relevantes para que integrem-se a padrões de comportamentos morais, com concepções amplas, fornecidos mediante correntes doutrinárias com fundamentação teórica, religiosa. Será de suma importância na construção do saber e no estímulo a manifestações contrárias a atitudes imorais.

Texto resenhado por Miriam Lúcia Lima, discente da disciplina Português Instrumental, do Curso de Ciências Contábeis da Universidade Estadual da Bahia - UNEB, CAMPUS XIX.

REFERÊNCIAS: 
Coelho, Paulo,  O ALEPH, editora Sextante- Rio de Janeiro 2010, 256pág.

terça-feira, 20 de março de 2012

Resenha Temática: " O negro e o Brasil"

RESENHA TEMÁTICA


O negro e o Brasil

Artigo 10639: Aspectos Positivos e Negativos da Lei, MARCIANO, Ivaldo, caderno cultural- Ano II- Nº 15 – Novembro de 2011, pag. 05.
Esse texto nos dá uma nova visão sobre o termo afro-descendência, traz em seu bojo a consciência da necessidade de uma discussão sobre a história da África, cultura negra no Brasil e o negro na formação da sociedade nacional.
Segundo o autor “Não há como negar que a lei 10639 Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática "História e Cultura Afro-Brasileira". Para ele representou um avanço no campo das relações raciais em nosso país. Marciano ressalta, sobre tudo, o fato de ter a referida lei levado para as escolas de nível médio e fundamental um debate que há muito deveria ser feito no âmbito escolar. Até mesmo nas universidades públicas e privadas é possível ouvir ou constatar debates, palestras e seminários sobre temas que ajudam às questões raciais ou a história do continente africano. Ainda segundo Marciano, a lei nesse sentido deu maior visibilidade para questões antes exclusivas das reuniões, fóruns e manifestações dos movimentos negros. Trouxe consigo as luzes para um debate que há muito deveria ter sido feito, e que infelizmente ainda não foi enfrentado da forma devida, sobre tudo no que diz respeito a questões das políticas afirmativas no âmbito do ensino superior. Às quotas devem ser entendidas como reparação e foram de extirpar, de uma vez por todas, esta associação que se faz entre negro e preguiçoso, ou negro e incapaz. Outra questão de fundamental importância para este autor, trazida a tona pela lei 10639, foi a historia da África no mercado editorial. Algumas destas ressaltem-se de qualidade para lá de duvidosa e questionável, mas outras dignas de serem lidas, a exemplo dos seminais trabalhos de Elikia M’Bokolo, Achille Mbembe e Amadou HampâtéBâ. Há certa insistência em “confundir” a historia dos negros e negras deste país com o continente africano, como se tal aspecto constituísse uma continuidade, ou mera relação linear. Ele cita que: como se todo homem negro ou mulher negra fosse, invariavelmente herdeiro natural do continente africano com alusão a cor de sua pele. Como se as vidas das pessoas não fossem objeto de construções e reconstruções diversas, dotadas de infinitas possibilidades. A relação de afeto ou de ancestralidade como continente africano não pode ser tomado pelo aspecto natural ou biológico.  A lei nesse sentido contribui para que persista a idéia de que a história do continente africano possui liames diretos com a história dos negros e negros aqui estabelecidos ou nascidos há muitas gerações. Evidente que também é possível encontrar relações entre a África e o Brasil nas muitas experiências históricas dos negros e negras deste país, há que se pensar nos significados destas representações que transformam brasileiros e brasileiras em africanos ou afro-descendentes. No que tange a lei 10639, trata-se de uma construção concebida dentro do um paradigma em que negros e africanos estão visceralmente associados. A lei 10639 possui em seu âmago, de modo subjacente, elementos que corroboram para esta associação. Não se trata de querer negar a existência de liames entre a África e o Brasil, mas em entender ou achar que os conceitos “negros” e “africano” sejam sinônimos é, antes de tudo, manter a crença em pressupostos já há muito superados, construídos ainda no século XIX pelo pan-africanismo. A lei é guiada por nossas consciências, estas devem, com urgência, buscar a descolonização. 
Segunda a Lei 10639, a cultura africana é exposta como conteúdo programático, com uma associação a história brasileira, essa afinidade de culturas diferentes como sendo nossa, passa ser vista de forma errônea na sociedade, a obrigatoriedade apenas não muda a sociedade, contra os préconceitos antes já assumidos.
Somente o fato de todos independente de qual cor tenhamos possuímos um resquício do passado social e cultural africano, mais isso não nos permite afirmar quem é de real direito descendente do Continente Africano, pois somos miscigenados por vários povos, índios, africanos, portugueses, europeus, mas isso, essa mistura não nos permite ter direito sobre todos os continentes.Um país com uma dimensão tamanha, que possui uma cultura tão diversificada, não precisa rotular o seu povo através da cor de seus cidadãos, qual país ele pertenci, pois se nascidos no Brasil, o cidadão só precisa ter uma certeza ele é brasileiro.  
Assim como a música de Adriana Calcanhato " NEGRO", onde ela descreve a diferença entre o negro e o branco, relatando a diferença histórica , onde o negro é o trabalhador do lar sua cultura diferenciada demonstra sua desvalorização no passado, apenas os brancos possuíam uma condição superior, assim também como outros povos colonizados são demonstrados como discriminados, pelos brancos. Na música percebemos uma comparação entre cores e raças, visto também como uma reparação em virtude de um passado cruel, “...Os brancos têm culpa e castigo...” , também suas semelhanças  entre o negro e branco. Essa condição de reparação é uma situação real, mas vista com desconfiança por algumas pessoas, que não aceita a reparação que o negro tem conseguindo, pelos sistemas de cotas, ou pelas comemorações no dia 20 de novembro, “Dia da Consciência Negra”.
Hoje em virtude de tantas mudanças histórica, os negros conseguiram alcançar uma posição de melhoria, status sociais, podendo ainda não ser de igualdade com o branco, mas isso, é uma condição gradativa.A igualdade deve ser um direito e uma condição humana não da cor, sexo, raça, a educação é para todos e se isso não acontece então deveria se rever a condição do estudante de instituições públicas, para ter mais acesso a educação, e modificar a situação social do cidadão deste país.
Texto resenhado por Miriam Lúcia Lima, discente da disciplina Português Instrumental, do Curso de Ciências Contábeis da Universidade Estadual da Bahia - UNEB, CAMPUS XIX.

REFERÊNCIAS: 
MARCIANO, Ivaldo, caderno cultural- Ano II- Nº 15 – Novembro de 2011, pag. 05.
Constituição Federal do Brasil, LEI No 10.639, DE 9 DE JANEIRO DE 2003.
Disponível em: http://letras.terra.com.br/adriana-calcanhotto/87091/,  acesso em: 15/03/2012